Antônio de Alcântara Machado era um cronista com
poucos. Neste livro ele nós apresenta um conceito em que o escritor é também um
historiador, ao observar o cotidiano de uma sociedade. Brás bexiga e Barra
funda, foi publicado durante a primeira fase do modernismo sendo a segunda
publicação do autor. No Artigo de Fundo contido no livro, que substitui o
prologo, Alcântara nos confessa que os contos ali, nasceram na verdade noticias
o que nos trás uma intercessão entre a crônica jornalística e literária.
A linguagem é revolucionaria como uma característica
do modernismo, não seguindo o ‘caminho’ das linguagens retoricas, sendo direta
e proporcionando ao leitor um maior envolvimento com o livro. Os personagens
são apresentados de um modo rápido, não havendo uma descrição prolongada sobre
eles, vale ressaltar que contem características irônicas, como para fazer uma
critica humorista. Os bairros que dão nome ao livro são importantes distritos
de São Paulo que abrigaram italianos imigrantes, a cidade crescia cada vez mais
no período desviando a atenção do Rio de Janeiro. A obra retrata tem como
temática central o cotidiano desses imigrantes italianos, a forma com que eram
‘abrasileirados’ enquanto também traziam a cultura Italiana ao Brasil,
acrescentando elementos linguísticos como a tradicional palavra ‘pizza’, os
personagens são simples e pobres em suas aventuras pela sobrevivência em um
país desconhecido, mas que tem toda uma vontade de viver e conquistar novas
fronteiras.
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