No
final do século XVI surgiu na Itália uma nova expressão artística, que se
contrapunha ao maneirismo e as características remanescentes do Renascimento. O
Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau
gosto) pode ser considerado como uma forma de arte emocional e sensual, ao
mesmo tempo em que se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência
das formas e excesso de ornamentação.
ESCULTURA BARROCA
Aura
barroca teve um importante papel no complemento da arquitetura, tanto na
decoração interior como exterior, reforçando a emotividade e a grandiosidade
das igrejas. Destaca-se principalmente as obras de Bernini, arquiteto e
escultor que dedicou sua obra exclusivamente a projeção da Igreja Católica, na
Itália. A principal característica de suas obras é o realismo, tendo-se a
impressão de que estão vivas e que poderiam se movimentar.
As
esculturas em mármore procuraram destacar as expressões faciais e as características
individuais, cabelos, músculos, lábios, enfim as características específicas
destoam nestas obras que procuram glorificar a religiosidade. Multiplicavam-se
anjos e arcanjos, santos e virgens, deuses pagãos e heróis míticos, agitando-se
nas águas das fontes e surgindo de seus nichos nas fachadas, quando não
sustentavam uma viga ou faziam parte dos altares.
ARQUITETURA BARROCA
Na
arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande
quantidade durante o movimento de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do
renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade
conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo
diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos
interiores.
Quanto
à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito
de intensa emoção e grandeza. O teto elevado e elaborado com elementos de
escultura dão uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz
de modo a destacar as principais esculturas; as colunas transmitem uma impressão
de poder e de movimento. Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era
construído em três pavimentos. Os palácios, em vez de se concentrarem num só
bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a
paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A
edificação mais representativa dessa época é o de Versalhes, manifestação
messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com
essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los - todos os nobres
poderosos das cortes de seu país.
PINTURA BARROCA
As
obras pictóricas barrocas tornaram-se instrumentos da Igreja, como meio de
propaganda e ação. Isto não significa uma pintura apenas de santos e anjos, mas
de um conjunto de elementos que definem a grandeza de Deus e de suas criações.
Os temas favoritos devem ser procurados na Bíblia ou na mitologia greco-romana.
É
a época do hedonismo de Rubens, com seus quadros alegóricos de mulheres
rechonchudas, lutando entre robustos guerreiros nus e expressivas feras. Também
é a época dos sublimes retratos de Velázquez, do realismo de Murillo, do
naturalismo de Caravaggio, da apoteose de Tiepolo, da dramaticidade de
Rembrandt. Em suma, o barroco produziu grandes mestres que, embora trabalhando
de acordo com fórmulas diferentes e buscando efeitos diferentes, tinham um
ponto em comum: libertar-se da simetria e das composições geométricas, em favor
da expressividade e do movimento.