terça-feira, 9 de setembro de 2014

Um pouco mais sobre ''Brás, Bexiga e Barra Funda''


Centro Histórico da Imigração Italiana, nacionalidade extremamente nos bairros do Brás, Bexiga e Barra Funda

Em 1927, as bases paulistanas do Modernismo brasileiro testemunharam o surgimento de uma das primeiras grandes obras de sua escola: o livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado. O escritor retratava as transformações que o imigrante italiano trazia para a cidade de São Paulo. E incorporava ao texto a fala e até mesmo a dinâmica da vida cada vez mais urbanizada da cidade. Em 11 pequenas histórias, contos que beiram a crônica ou mesmo a notícia de jornal, aspectos pitorescos e casos do cotidiano reproduzem uma nova realidade social. Para ser mais exato, reportam, uma vez que o primeiro texto, Artigo de Fundo, apresenta galhardamente o livro como um jornal, "como membro da livre imprensa que (...) tenta fixar tão-somente alguns aspectos da vida trabalhadeira, íntima e quotidiana desses novos mestiços nacionais e nacionalistas".
Alcântara Machado reúne nesse livro-jornal o que ele próprio chama de "episódios de rua": a história do menino que sonhava sair na frente de um cortejo fúnebre (Gaetaninho); uma moça estrábica que não é cortejada por ninguém (Carmela); o patriotismo de um soldado que esbofeteia outro por não ser brasileiro (Tiro de Guerra no 35); um homem cuja confissão de homicídio (por amor) vira refrão de música (Amor e Sangue); a recusa de um pai em deixar a filha se casar com um italiano (A Sociedade); o desejo de uma menina por um urso de pelúcia (Lisetta); amores e desapontamentos em uma partida de futebol (Coríntians [2] vs. Palestra [1]); o futuro de Gennarinho, que passa a ser criado por uma família portuguesa e a se chamar Januário (Notas Biográficas do Novo Deputado); o luto de uma mãe e os fragmentos de um enterro (O Monstro de Rodas); os sonhos de riqueza de um grupo de pessoas pobres (Armazém Progresso de São Paulo); um italiano que, primeiramente decidido a apenas falar na língua materna, decide naturalizar-se brasileiro (Nacionalidade).
Nessas histórias, percebe-se uma grande habilidade em captar a linguagem popular, aqui, a fusão do português com o italiano, e empregá-la no texto sempre em favor do coloquialismo e da representação viva dos personagens. Veja-se um trecho de A Sociedade: "Tirou o charuto da boca, ficou olhando para a ponta acesa. Deu um balanço no corpo. Decidiu-se. - Ia dimenticando de dizer. O meu filho fará o gerente da sociedade... Sob a minha direção, si capisce. - Sei, sei... O seu filho? - Si. O Adriano. O doutor... mi pare... mi pare que conhece ele?". A concisão, as frases curtas e a descrição espacial enxuta, tudo é concentrado nessas notícias de São Paulo: "Foi-se chegando devagarinho, devagarinho. Fazendo beicinho. Estudando o terreno. Diante da mãe e do chinelo parou. Balançou o corpo. Recurso de campeão de futebol. Fingiu tomar a direita. Mas deu meia volta instantânea e varou pela esquerda porta adentro. Eta salame de mestre!" (Gaetaninho). Nascido em 1901, em São Paulo, e falecido no Rio, em 1935, Antônio de Alcântara Machado ainda demonstraria a evolução como prosador nas obras seguintes: Laranja da China (1928), Mana Maria (1936, inacabado) e Cavaquinho e Saxofone (1940, póstumo).

Os Cavaleiros Errantes esperam por você!



terça-feira, 26 de agosto de 2014

Cavaleiros Errantes?

Qual idealista nunca foi chamado de “cavaleiro errante” e sua utopia de “luta contra os moinhos”? Qual idealista destroçado e desanimado da batalha não foi chamado de “cavaleiro da triste figura”? Isso só para citar as expressões mais comuns associadas aos sonhadores que derivam da obra de Cervantes.Dom Quixote foi, e ainda hoje é  muito conhecidos por ‘’ Cavaleiro Errante ’’ ou ainda ‘’Cavaleiro da triste figura.’’
O cavaleiro-errante ou andante é uma figura literária, comum em livros de cavalaria; e um ideal social, o ideal de cavalheirismo, própria dos últimos séculos da Idade Média, que o historiador Johan Huizinga chamado o Outono da Idade Média e do início da Idade Moderna
Um cavalheiro na Idade Média, era um guerreiro que faz parte do hospedeiro (militar) de um senhor feudal ou um rei. Durante as Cruzadas foram criadas ordens militares, composta de homens comprometidos com votos.e monásticos , como os templários ordem ou ao hospital. Em vários reinos foram criando outras encomendas que as encomendas militares em Espanha. O início rituais incluem elementos então incorporada no imaginário, cavaleiro andante, e assegurar as armas (uma noite em oração antes das armas), e homens armados (em uma cerimônia própria homenagem e investidura das relações feudo-vasalláticas) .

Escola Literária : Barroco


No final do século XVI surgiu na Itália uma nova expressão artística, que se contrapunha ao maneirismo e as características remanescentes do Renascimento. O Barroco (palavra cujo significado tanto pode ser pérola irregular quanto mau gosto) pode ser considerado como uma forma de arte emocional e sensual, ao mesmo tempo em que se caracteriza pela monumentalidade das dimensões, opulência das formas e excesso de ornamentação.
ESCULTURA BARROCA
Aura barroca teve um importante papel no complemento da arquitetura, tanto na decoração interior como exterior, reforçando a emotividade e a grandiosidade das igrejas. Destaca-se principalmente as obras de Bernini, arquiteto e escultor que dedicou sua obra exclusivamente a projeção da Igreja Católica, na Itália. A principal característica de suas obras é o realismo, tendo-se a impressão de que estão vivas e que poderiam se movimentar.
As esculturas em mármore procuraram destacar as expressões faciais e as características individuais, cabelos, músculos, lábios, enfim as características específicas destoam nestas obras que procuram glorificar a religiosidade. Multiplicavam-se anjos e arcanjos, santos e virgens, deuses pagãos e heróis míticos, agitando-se nas águas das fontes e surgindo de seus nichos nas fachadas, quando não sustentavam uma viga ou faziam parte dos altares.
ARQUITETURA BARROCA
Na arquitetura barroca, a expressão típica são as Igrejas, construídas em grande quantidade durante o movimento de Contra-Reforma. Rejeitando a simetria do renascimento, destacam o dinamismo e a imponência, reforçados pela emotividade conseguida através de meandros, elementos contorcidos e espirais, produzindo diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores.
Quanto à arquitetura sacra, compõe-se de variados elementos que pretendem dar o efeito de intensa emoção e grandeza. O teto elevado e elaborado com elementos de escultura dão uma dimensão do infinito; as janelas permitem a penetração da luz de modo a destacar as principais esculturas; as colunas transmitem uma impressão de poder e de movimento. Quanto à arquitetura palaciana, o palácio barroco era construído em três pavimentos. Os palácios, em vez de se concentrarem num só bloco cúbico, como os renascentistas, parecem estender-se sem limites sobre a paisagem, em várias alas, numa repetição interminável de colunas e janelas. A edificação mais representativa dessa época é o de Versalhes, manifestação messiânica das ambições absolutistas de Luís XIV, o Rei Sol, que pretendia, com essa obra, reunir ao seu redor - para desse modo debilitá-los - todos os nobres poderosos das cortes de seu país.
PINTURA BARROCA
As obras pictóricas barrocas tornaram-se instrumentos da Igreja, como meio de propaganda e ação. Isto não significa uma pintura apenas de santos e anjos, mas de um conjunto de elementos que definem a grandeza de Deus e de suas criações. Os temas favoritos devem ser procurados na Bíblia ou na mitologia greco-romana.

É a época do hedonismo de Rubens, com seus quadros alegóricos de mulheres rechonchudas, lutando entre robustos guerreiros nus e expressivas feras. Também é a época dos sublimes retratos de Velázquez, do realismo de Murillo, do naturalismo de Caravaggio, da apoteose de Tiepolo, da dramaticidade de Rembrandt. Em suma, o barroco produziu grandes mestres que, embora trabalhando de acordo com fórmulas diferentes e buscando efeitos diferentes, tinham um ponto em comum: libertar-se da simetria e das composições geométricas, em favor da expressividade e do movimento.

Auto da Barca do Inferno


Definição de auto: designação genérica para peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentido moralizador.
O teatro vicentino não foi escrito em prosa, mas em versos. Por isso é poético. Adotava, predominantemente, o verso redondilho (maior ou menor), de origem popular e medieval. Possui muitas ressonâncias no Brasil, dentre os quais se destacam as peças didáticas de José de Anchieta (segunda metade do século XVI), Morte e Vida Severina (1956), de João Cabral de Melo Neto, e o Auto da Compadecida (1959), de Ariano Suassuna.
Auto da Barca do Inferno é um auto onde, o barqueiro do inferno e o do céu esperam à margem os condenados e os agraciados. Os que morrem chegam e são acusados pelo Diabo, mas apenas o Anjo poderá ou não absolvê-los.
O primeiro a chegar é um Fidalgo, em seguida um Onzeneiro (agiota), um Parvo (bobo), um sapateiro, um frade, uma cafetina, um judeu, um juiz, um promotor, um enforcado e quatro cavaleiros. Um a um eles aproximam-se do Diabo, carregando o que na vida lhes pesou. Perguntam para onde vai a barca; ao saber que vai para o inferno ficam horrorizados e se dizem merecedores do Céu. Aproximam-se então do Anjo que os condena ao inferno por seus pecados.

O Fidalgo, o Onzeneiro (agiota), o Sapateiro, o Frade (e sua amante), a Alcoviteira Brísida Vaz (cafetina e bruxa), o judeu, o Corregedor (juiz), o Procurador (promotor) e o enforcado são todos condenados ao inferno por seus pecados, que achavam pouco ou compensados por visitas a Igreja e esmolas. Apenas o Parvo é absolvido pelo Anjo. Os cavaleiros sequer são acusados, pois deram a vida pela Igreja. O texto do Auto é escrito em versos rimados, fundindo poesia e teatro, fazendo com que o texto, cheio de ironia, trocadilhos, metáforas e ritmo, flua naturalmente. Faz parte da trilogia dos Autos da Barca (do Inferno, do Purgatório, do Céu). 

Gêneros Literários

As origens da arte literária remonta às escrituras religiosas pertencentes ao Velho Testamento. Desde então, foi transformando-se, adquirindo forma e definição ao se integrar ao perfil das chamadas literaturas grega, helenística, romana e medieval. O ápice de sua existência figurou-se na época da Renascença, mais precisamente nos séculos XV e XVI em terras europeias, como Itália, França, Espanha e Portugal.
Contudo, de todas as produções artísticas do Ocidente, a de maior valor significativo foi a desenvolvida na Grécia entre os séculos V a.C ao V d.C, pois foi neste período que se criaram todos os padrões, inclusive os denominados gêneros literários, e todos os outros que nortearam as demais criações de todos os tempos.
O termo “gênero” origina-se do latim genus, eris, que significa nascimento, descendência, origem, e refere-se a um conjunto de características temáticas e formais intrínsecas às manifestações literárias. Sendo por muito tempo dividido em três categorias: épico, lírico e dramático. Tal divisão foi proposta na Grécia antiga (384 - 322 a.C.) pelo filósofo grego Aristóteles.Atualmente, os estudiosos optam por classificá-los em: narrativo, dramático e lírico, visto que não se prioriza mais o gênero épico.De uma forma mais concisa, enfatizaremos a seguir cada um deles, apenas para nos direcionarmos a estudos posteriores mais aprofundados:
Gênero narrativo – Assim como é conhecido hoje, desenvolveu-se a partir dos antigos poemas épicos, também conhecidos como epopeias, as quais eram representadas por narrativas em forma de versos, tendo como enredo principal os grandes feitos heroicos de um povo, aliando elementos terrenos com mitológicos e lendários.
Gênero lírico – O termo “lírico” é oriundo de um instrumento musical denominado lira, usado desde a Antiguidade clássica para acompanhar recitações das composições poéticas, proferidas em voz alta. Sua principal característica é a subjetividade representada pelo “eu lírico” manifestado por meio das construções poéticas.

Gênero dramático – A ele está associada a arte da representação. O enredo desenvolve-se por meio da encenação dos atores mediante a apresentação do espetáculo teatral. Neste contexto, figuram-se a participação de elementos extraverbais, tais como cenário, figurino, iluminação, sonoplastia, entre outros.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Pablo Picasso e o Cubismo

Se tivéssemos que escolher um único artista para representar as muitas mudanças da arte no século 20, seria Pablo Picasso. Nascido em Málaga, no sul da Espanha, no dia 25 de outubro de 1881, Picasso era um artista que fazia de tudo. Tudo mesmo! Além de pintar, trabalhou também com gravura, escultura, desenho, colagem, cerâmica, cenografia e ilustrações para livros. Ele é o mais famoso e, provavelmente, o mais influente artista do século 20, não só por sua versatilidade e originalidade, mas também por sua imensa produção.
Por ser filho de um professor de desenho, Picasso sempre contou com o incentivo da família: aos quinze anos, ele já tinha seu próprio ateliê. Em 1900, mudou-se para Paris, na França, capital artística da Europa.Picasso era uma pessoa bastante emotiva, e isso, claro, era retratado em sua obra. Uma alteração em seu estado de espírito podia representar uma mudança na direção artística. Seu estilo de pintura mudou muitas vezes durante sua vida. Ele não se contentava em fazer sempre o mesmo tipo de quadro. Suas pinturas começaram a se diferenciar mais das dos outros pintores quando passou a pintar usando apenas tons de azul, a chamada fase azul. Esse foi um período em que Picasso sentia-se infeliz e sozinho; por isso, todos os personagens dessa fase parecem tristes e solitários.
Quando conheceu Fernande Olivier, uma das muitas mulheres por quem se apaixonou, sua tristeza ficou para trás. Iniciou-se aí a fase rosa. Nela, não só as cores, mas também os temas de Picasso eram mais alegres. Retratou a arte circense, geralmente mostrando os artistas e seus animais. No entanto, a fase rosa não durou muito tempo.
O encontro com as esculturas africanas serviu de estímulo para buscar novas formas de mostrar e interpretar a realidade. Juntamente com o pintor francês Georges Braque, criou o cubismo, considerado um dos movimentos mais importantes da história da arte moderna.

Em 1937, Picasso pintou seu quadro mais famoso: Guernica, uma resposta aos horrores da guerra civil espanhola. Depois do conflito, ele ficaria exilado de sua terra natal para o resto de sua longa vida. O pintor permaneceu na França até a morte. Picasso nunca parou de produzir. Ele morreu aos 91 anos em 8 de abril.



quarta-feira, 23 de julho de 2014

Escolas literárias: Arcadismo



O arcadismo, setecentismo (os anos 1700) ou neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa. A influência neoclássica penetrou em todos os setores da vida artística européia, no século XVIII. Os artistas desse período compreendiam que o Barroco havia ultrapassado os limites do que se considerava arte de qualidade e procuravam recuperar e imitar os padrões artísticos do Renascimento, tomados então como modelo.
Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como Arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pan e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer.

Os italianos, procurando imitar a lenda grega, criaram a Arcádia em 1690 - uma academia literária que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. Para serem coerentes com certos princípios, como simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Escolas literárias: Quinhentismo

·        Contexto histórico
Esse termo é uma designação genérica das manifestações literárias produzidas no Brasil durante o século XVI. Nesse período, não se pode tratar de uma literatura do Brasil, mas sim, de uma literatura no Brasil - uma manifestação ligada ao Brasil, mas que denotas as intenções européias.
·        Marco inicial
1500 - A composição da carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Cabral, ao rei de Portugal, D. Manuel, relatando as características das terras descobertas.
Este documento, publicado em 1817, é considerado uma espécie de “certidão de nascimento” do Brasil.
·        Características
A produção literária do período se divide em dois tipos de literatura:
o   Literatura informativa (ou de viagens) - composta por documentos a respeito das condições gerais da terra conquistada, as prováveis riquezas, a paisagem física e humana etc. No princípio, a visão européia é idílica. Porém, na segunda metade do século XVI, à medida que os índios iniciam a guerra contra os invasores, a visão se transforma e os habitantes da terra são pintados como seres bárbaros e primitivos.
o   Literatura catequética - constituída pelos textos (poemas, peças de teatro) escritos pelos missionários para a catequização dos índios.

·        A obra literária de Anchieta
José de Anchieta (1534-1597) ingressou na Companhia de Jesus com 17 anos. Em 1553, veio para o Brasil e aqui ficou até morrer. Desempenhou um papel destacado na fundação de São Paulo e na catequese indígena. Além de homem de ação, foi também escritor religioso, tendo produzido poesias líricas, épicas, teatro (autos), além de cartas, sermões e uma gramática da língua tupi.



Quem foi Gil Vicente?



Não se sabe ao certo muito acerca de Gil Vicente. A maior parte das informações que temos acerca do escritor foram decifradas a partir das obras que escreveu. Muitas vezes é associado com o autor da Custódia de Belém e com o mestre de Retórica de Manuel I, o 14.º rei de Portugal.Gil Vicente, enquanto dedicou a sua vida ao teatro, desempenhou também tarefas de músico, actor e encenador. É considerado o pai do teatro português, e por alguns, pai do teatro ibérico uma vez que escreveu para além fronteiras, tendo desenvolvido dramaturgia com Juan del Encina, poeta espanhol.A data de nascimento de Vicente continua a ser uma incógnita, sendo atribuídos os anos que vão desde 1460 a 1470, sendo 1465 o mais aceite. Da mesma forma, também não se sabe ao certo onde terá nascido, sendo atribuídas várias regiões de Portugal para o seu nascimento. No entanto, o local mais provável terá sido em Guimarães.Sabe-se que estudou em Salamanca, Espanha.
            Vicente casou-se com Branca Bezerra, de quem teve 2 filhos, e mais tarde quando esta faleceu voltou a casar-se com Melícia Rodrigues, tendo tido no total 5 filhos.
            O seu primeiro trabalho foi uma peça em castelhano chamada "Monólogo do Vaqueiro", que foi representada nos aposentos da rainha D. Maria, consorte de Manuel I, tendo sido esta representação o arranque da história do teatro português, embora já existissem algumas peças de outros autores, mas pouco notórias.O sucesso das suas obras foi tão grande que os reis para os quais Gil Vicente desenvolvia as suas peças convidaram-no a tornar-se responsável pela organização dos eventos palacianos.E como já dissemos, o nosso escritor não se ficava pela escrita das peças! Ele próprio encenava-as e representava-as!
Pensa-se que morreu em 1536, em lugar desconhecido, porque é a partir desta data que se deixa de encontrar qualquer referência ao seu nome nos documentos da época, além de ter deixado de escrever a partir de então.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

DOCUMENTÁRIO: Cervantes e a Lenda de Dom Quixote: O Espírito de um Livro (2005)

 A vigência desta obra literária é a premissa fundamental do documentário que penetra na obra, na vida e no tempo em que foi escrita.
O que significavam na época os livros de cavalaria? Porque Cervantes não gostava de tais obras? O que é um fidalgo? Quem é Sancho Pança e o que representa exactamente no livro? Qual é o segredo do sucesso desta obra? Qual é o significado actual de D. Quixote?
Estas são algumas das perguntas que constituem a trama principal deste documentário, que conta com a participação de intelectuais, escritores, historiadores e especialistas da obra, da vida e do tempo de Cervantes, tais como, Martín de Riquer, José Saramago, Günter Grass, Mario Vargas Llosa, Jean Canavaggio, Felipe González, Carme Riera, Luis Rojas Marcos e Francisco Rico.

Assista em:
http://www.youtube.com/watch?v=aAvORcrd2VQ

As crônicas das primeiras conquistas marítimas portuguesas


Os portugueses foram um fator muito importante para a descoberta de novos “mundos” encontrados durante suas navegações, vários lugares desconhecidos até então pelo homem. Um ponto importante para que tudo isso fosse feito, foi através da atividade marítima, entre o comércio e suas especiarias. Essas navegações permitiram uma série de descobertas durante principalmente a Idade Média e a Idade Moderna. Foram grandes responsáveis por inovações tecnológicas para encarar as navegações sobre o Oceano e grandes avanços culturais, já que a medida que se vão descobrindo novos povos, também conheciam culturas diferentes das demais.
 O foco deles era chegar as Índias, que conseguiram depois de muitos investimentos e conquistou uma remessa de lucros sobre os produtos lá encontrados, uma novidade para a população que remeteu tanto faturamento. Sua rota no Atlântico se estendeu, alcançando terras e tomando posse sobre elas. E assim, o mapa do mundo foi se expandindo, com novos países até então não visitados e alguns não conhecidos, graças a curiosidade e ambição portuguesa.
Durante esse período de expansão marítima, Pedro Álvares de Cabral dito pelos cronistas um “grande herói” descobriu o Brasil, uma das suas conquistas mais importantes e marcantes de suas navegações e foi responsável por sua colonização. Logo depois, outros dois marcos importantes foi a chegada a China e ao Japão. E este foi o último que marcou o fim de suas navegações, descobertas e colonização.
Contudo, percebemos que as Grandes Navegações Portuguesas foram importantes para a remodelagem do mapa mundial, pois revelou novos lugares nunca explorados até então, trazendo novas culturas ao novo mundo. Por isso considerado pelos cronistas feitos heróicos, que mudaram completamente a noção do mundo.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Dom Quixote: Cavaleiro da Triste Figura

Dom Quixote (direita) e Sancho Pança são retratados em uma ilustração do livro Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. A ilustração apareceu em uma edição da obra publicada em 1800.

    Cervantes criou seu personagem, Dom Quixote, como um cavaleiro bem diferente daqueles que apareciam nas histórias de cavalaria dos séculos anteriores. Tem cerca de 50 anos, vive fazendo trapalhadas e sempre se dá mal.
    O livro começa contando a história do fidalgo Alonso Quijano. Ele gosta tanto de ler romances de cavalaria, que acaba ficando louco: acredita que todas aquelas histórias aconteceram de verdade. Decide tornar-se um cavaleiro como o dos romances e sair pelo mundo fazendo o bem: é um “cavaleiro andante”.
    Como vive no povoado espanhol da Mancha, escolhe para si o título de Dom Quixote de La Mancha. Dom Quixote monta um cavalo velho e magro, que apelida de Rocinante. Convida para acompanhá-lo um amigo chamado Sancho Pança, com seu burrico.
Em suas andanças, Dom Quixote age como se vivesse no mundo dos romances de cavalaria. Sua amada imaginária é uma camponesa, que ele chama de Dulcinéia del Toboso. Nas fantasias de Quixote, ela é uma mulher refinada, muito rica, de família nobre e poderosa.
    Uma das aventuras mais divertidas de Quixote e Sancho Pança é a batalha dos moinhos de vento. Dom Quixote vê alguns moinhos e imagina que são gigantes. Parte para cima de um deles, mas é jogado longe pelas pás. Sancho Pança lhe explica que não são gigantes, e sim moinhos de vento. Dom Quixote olha de novo e concorda com Sancho Pança. Porém diz que um feiticeiro transformou os gigantes em moinhos para salvá-los dos ataques do cavaleiro andante.
    Mais adiante, a dupla encontra dois rebanhos de carneiros. Para Dom Quixote, são exércitos inimigos. Ele avança contra os animais e acaba levando uma surra dos pastores. Depois de tudo, ainda é pisoteado pelos carneiros. Quando Sancho Pança o vê no chão.
    Em certo momento, Dom Quixote vê policiais conduzindo alguns homens amarrados. Pensando tratar-se de escravos, o cavaleiro enfrenta os policiais e liberta os prisioneiros. Na verdade, eram bandidos. Ao se verem livres, os criminosos roubam os pertences de Dom Quixote e ainda lhe dão uma surra.
Sempre buscando o bem e a justiça, Dom Quixote comete enganos, acaba sendo alvo de gozações e sai ferido.
    No fim da história, Dom Quixote recobra a razão e volta para casa, onde retorna à vida pacífica de antes.

Fonte:http://escola.britannica.com.br/article/483220/Dom-Quixote

terça-feira, 24 de junho de 2014

BRÁS BEXIGA E BARRA FUNDA


                                             Italianos na Hospedaria dos Imigrantes, em SP, em foto sem data.

Antônio de Alcântara Machado era um cronista com poucos. Neste livro ele nós apresenta um conceito em que o escritor é também um historiador, ao observar o cotidiano de uma sociedade. Brás bexiga e Barra funda, foi publicado durante a primeira fase do modernismo sendo a segunda publicação do autor. No Artigo de Fundo contido no livro, que substitui o prologo, Alcântara nos confessa que os contos ali, nasceram na verdade noticias o que nos trás uma intercessão entre a crônica jornalística e literária.

A linguagem é revolucionaria como uma característica do modernismo, não seguindo o ‘caminho’ das linguagens retoricas, sendo direta e proporcionando ao leitor um maior envolvimento com o livro. Os personagens são apresentados de um modo rápido, não havendo uma descrição prolongada sobre eles, vale ressaltar que contem características irônicas, como para fazer uma critica humorista. Os bairros que dão nome ao livro são importantes distritos de São Paulo que abrigaram italianos imigrantes, a cidade crescia cada vez mais no período desviando a atenção do Rio de Janeiro. A obra retrata tem como temática central o cotidiano desses imigrantes italianos, a forma com que eram ‘abrasileirados’ enquanto também traziam a cultura Italiana ao Brasil, acrescentando elementos linguísticos como a tradicional palavra ‘pizza’, os personagens são simples e pobres em suas aventuras pela sobrevivência em um país desconhecido, mas que tem toda uma vontade de viver e conquistar novas fronteiras.